quarta-feira, março 28, 2007

72

domingo passado, depois da hora do jantar, surgiu de repente um cafezito em casa do Bizarro, casa que está ocupada pelo Barbosa. Em Lavra. São cenas assim... hoje em dia... a casa está ocupada pelos pertences de x mas é habitada por y que por sua vez convida x para ir lá a casa, à casa do x, jantar... e aparece o h, a i, a k, ... cenas diferentes, tão-a-ver?!
Bom,
Café, puxa, conversa... e o Bizarro começa a verbalizar, quase à comoção, o seu espanto pelo facto de o Barbosa não ter feito a mais pequena mudança na casa... o sítio da vela é da vela e não do cinzeiro, a mesma vela no mesmo sítio, agora e sempre...amén!
Avisei que era quase até à comoção.
Nisto,
O Bizarro abre o bar e repara que as garrafas ainda são as mesmas, mais uma gargalhada cúmplice – afinal, “vino es vino”! – e separa algumas garrafas de licores que provavelmente estariam estragados. Ao mesmo tempo apresenta-nos uma garrafa de Vinho do Porto, particular, de 72! Abriu-se a garrafa naturalmente –é disto que gosto em ti, Bizarro, algum desprendimento, alegria e muito à-vontade no reconhecimento; Barbosa, boa!, já nem precisas de coisas, Ser mais Simples, gosto, gosto muito!- e recuamos no tempo. E recuamos bem, quem sabe se para vidas passadas, é certo que em 72 ainda não eramos nascidos...
É aqui que queria chegar: serve este post para lembrar a nossa história vinhateira regional. Tantos séculos de aprendizagem, de trabalho, de adaptações, de simbioses com a natureza e com a cultura, tanto património! Este nosso-vinho de 72 fez-me seu cavaleiro e brindamos assim:

Ora bem, já que estamos em 72, vamos lá projectar o 25 de Abril, para daqui a 2 anos! Vamos revolucionar o país!
Quem sabe, quem sabe...
É tão bom viver momentos assim com os amigos! Tudo se torna mais fácil com dias fixes de se viverem!
Sempre em Luta.

1 Comments:

Blogger hugo37 said...

Bom, afinal sempre se descobre a careca a quem usa capachinho....meus filhos de puta.....da outra vez que visitei o Barbosa, daquela que no dia seguinte me queixei de ter passado a noite a correr para a casa de banho, tinha bebido alguns wiskis daqueles do armário do Bizarro, pensando que me estavam a dar coisa fresca...afinal eram de 72. Tá tomado nota....Barbosa, mãos de vaca...
Quanto à revolução, se for tipo queima das fitas, um gajo em cortejo, pelas ruas com uma mão de amigos a apanhar a puta de vendedeira em vendedeira, alinho, alías, alinho muito. Viva a revolução, dentro de nós, conosco, e com eles....desde que pinte o garrafão.
Um abraço

4:38 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home