segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A TV transforma as CRIANÇAS da mais tenra idade em CONSUMIDORES.

“Às vezes, chego até a achar que ele está de sacanagem - mas não, aos quatro anos e meio, as crianças ainda não dominam um recurso como o sarcasmo. É que meu filho, quando vê televisão, fica muito atento aos anúncios e, ao final de cada um, declara: "Quero um desses". Sua afirmação é tranqüila, em tom de voz normal, mas é a inequívoca expressão de uma vontade. Há variações. Quando o objeto em questão é escancaradamente "de menina", na profusão de rosas e lilases e florzinhas e babados, ele faz o reparo: "Mas se tiver ‘de menino'. Quando isso começou, o pai e eu demos explicações simplificadas sobre orçamento doméstico ("não dá para comprar tudo o que vemos"), e, claro, nos afligimos com o impacto brutal da propaganda sobre a nossa criança... A cada interrupção de seus desenhos, continua a fazer seu catálogo mental, um rol infindável de desejos: o tênis com rodas, armas poderosas de super-heróis inacreditáveis ("mamãe, você sabe que com isso vira Power Ranger de verdade?"), mais tocadores de MP3, celulares ("mamãe, isso é de criança? Se for, eu quero"), videogames e até títulos de previdência privada anunciados como se fossem pirulitos.
Não há refúgio: até mesmo nos canais pagos com preocupações ditas educativas, a disputa pela hora em que a criança formula o desejo de ter algo que precisa ser comprado pelos pais é implacável. Por ora, suponho, tenho sorte. Nos ajeitamos lá em casa, mas não sei até quando esse armistício dura...”

Fonte: trecho do depoimento de uma jovem mãe, publicado recentemente no jornal brasileiro “Folha de São Paulo”.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

é! é por cauasa disto que a LUTA não pára!

Não pára, não pára, não pára.

De coisas SÉRIAS, CONSTRUTIVAS, ninguém albitra.

a LUTA acredita na força do ALBITRE.

5:38 da manhã  

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