terça-feira, abril 24, 2007

mileurista.2

Nome: Jan Peuckert.
Idade: 29 anos.
Nacionalidade: Alemão.
Residência: Berlim.
Habilitações: Licenciado em Economia e Gestão.

Quanto ganhas e quais as tuas fontes de rendimento?
Sou pesquisador na Universidade Técnica de Berlim, Faculdade de Economia, na área de Economia de Inovações. Ganho cerca de € 1200 por mês a trabalhar oficialmente 20 horas por semana, na verdade são cerca de 30 horas.

Que despesas fixas tens?
Divido um apartamento com dois amigos. A renda, gás, electricidade, telefone e Internet fazem cerca de € 350 por pessoa, por mês (Berlim é uma cidade barata comparada com outras cidades alemãs). Em alimentação gasto mensalmente € 250 e em transporte € 100.

O que fazes com o dinheiro que sobra?
Bares, clubes, viagens, festas, aulas de acordeão e roupa.

Estás financeiramente satisfeito ou precisarias de ganhar mais (e para quê)?
Estou satisfeito. É o suficiente para me sustentar. Claro que gostaria de ganhar mais para fazer viagens mais longas (por exemplo Brasil), comprar equipamento técnico e instrumentos de música, para organizar mais festas, mas não a custo de ter menos tempo livre.

Quanto custa 1 café no local onde moras?
Um pote grande de café “normal” alemão custa €1,20, uma bica expresso custa €1,50.

Ao contrário da maior parte dos países da UE em Portugal o emprego temporário é uma realidade mais próxima das pessoas com habilitação superior, por comparação com os menos qualificados. Estes, bem como os detentores de formação média, gozam de maior segurança no emprego.

3 Comments:

Blogger hugo37 said...

A mensagem tinha já entrado com uma clareza, naturalidade e aceitação, pelo menos da minha parte.
Vamos ter um por semana?
Relembro que à semelhança do trabalho interescolar que um dia me falas-te sobre a importancia da àgua para um menino na alemanhã e um menino em moçambique, e à luz das respostas das crianças da europa, ou, chegamos nós à conclusão, dos paises desenvolvidos, o que se coloca, no fundo, são falsas questões e falsas necessidades.
"Quanto ganhas e quais as tuas fontes de rendimento?",-faz lembrar; "quantos Km andas para trazer o bidon cheio de água potável?", "Que despesas fixas tens?", "O que fazes com o dinheiro que sobra?", "Estás financeiramente satisfeito ou precisarias de ganhar mais (e para quê)?", "Quanto custa 1 café no local onde moras?"...
De certo, um livro e pêras, uma realidade social constatada, interessante pela contemporaneadade, mas só para pessoas com um certo "conforto social", como nós.
Tá bem, se calhar é da hora e do contexto, mas é como me está a entrar, apesar do esforço atendencioso.
É só.
Pronto, um gajo tem dias...

1:34 da tarde  
Blogger pasta38 said...

Está a ser importante para mim tomar consciência do facto. Parece-me interessante conhecer a opinião dos que como nós são o presente e o futuro da nossa EUROPA.

Com estas pequenas entrevistas "colorimos" de uma forma mais real e viva o contexto em que vivemos. Nunca é demais a partilha e a capacidade de "trocar de lugar". São vidas que podiam ser a minha. Vidas quase iguais.

Talvez seja mais fácil empatizar com os problemas dos meninos africanos ou com as "vidas" que contrastam mais com a nossa. Mas parece-me muito válido e até igualmente difícil, fazer um esforço para perceber o que se passa com as "vidas" semelhantes às nossas, com as vidas vizinhas. Tão perto! Sem juízos de valor.

O assunto desperta consciência de grupo por ser um assunto geracional.

Ou será que só porque vivemos melhor ou pior, vamos desprezar os sonhos e as frustações dos nossos vizinhos? Tento perceber o que se passa com estas pessoas, independentemente de concordar com elas ou não. Sou da opinião que as injustiças sociais começam por ser resolvidas em casa, no prédio, na rua...Sorry... a insistência.

4:13 da tarde  
Blogger hugo37 said...

Se está a ser importante para ti, é importante para mim, e por isso peço que toleres o ton com que comentei.
Relativamente ao teu ultimo paragrafo, refuto na totalidade, até porque a prova cabal que não penso nem desprezo qq sonho ou frustração de um proximo é que estou a responder a este comment.
Gosto do acto de tentar perceber o que me rodeia e, sociologicamente falando, o grupo ao qual pertenso, mas quando as questões levantadas são para mim pouco importantes, prefiro pensar que antes das injustiças sociais, estão as pessoais, as que pratico comigo, depois, as interpessoais, que pratico contigo. Assim sendo, acho que devem começar por ser resolvidas em "casa", na nossa "casa", no interior de nós mesmos, senão como seremos capazes de perceber as exteriores???
Se eu disser que só ganho 10.000 euros e que o meu maior sonho era comprar um sunseeker de 25 pés, mas as prestações da casa de 200.000 euros e do carro de 40.000 não mo permitem, lá porque vivo em Paris e o café custa 5,00 euros e os gastos com a herdade vitivinicula são demasiados, achas que mereço alguma atenção, assim como as pessoas que se encontram na minha situação, ou no fundo terei as prioridades trocadas e aquilo a que chamo problemas e que me levam a gastar um pouco mais em consultas de terapia psi, são mera ressaca do sonho das sociedades modernas???
Não merece menor atenção do que qq caso exposto anteriormente, até porque "...Nunca é demais a partilha e a capacidade de "trocar de lugar". São vidas que podiam ser a minha. Vidas quase iguais.", só muda a marca do carro e alguns digitos, as aflições e as frustrações, as depressoes, serão biologicamente e naturalmente as mesmas.
Um abraço. No fundo não quero dizer nada com isto,´apenas contrariar, no sentido de questionar.

6:51 da tarde  

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